O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quarta-feira (17) a abertura de dois processos para
apurar a conduta do deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP). Os processos foram abertos após
o PT mover duas representações contra Bolsonaro (leia mais abaixo o que o parlamentar falou
sobre o assunto).
apurar a conduta do deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP). Os processos foram abertos após
o PT mover duas representações contra Bolsonaro (leia mais abaixo o que o parlamentar falou
sobre o assunto).
Em uma representação, o PT acusa o parlamentar de cuspir no deputado Jean Wyllys
(PSOL-RJ) em 2016, durante a sessão na qual o plenário analisava o processo de impeachment
da então presidente Dilma Rousseff (relembre mais abaixo).
(PSOL-RJ) em 2016, durante a sessão na qual o plenário analisava o processo de impeachment
da então presidente Dilma Rousseff (relembre mais abaixo).
Na outra representação, o PT diz que Eduardo Bolsonaro é o responsável por editar e publicar um
vídeo na internet com o objetivo de prejudicar Jean Wyllys.
vídeo na internet com o objetivo de prejudicar Jean Wyllys.
Também na sessão desta quarta, o presidente do Conselho de Ética, Elmar Nascimento
(DEM-BA), sorteou os nomes dos deputados que poderão ser os relatores dos dois processos,
mas ainda não há definição.
(DEM-BA), sorteou os nomes dos deputados que poderão ser os relatores dos dois processos,
mas ainda não há definição.
A versão de Eduardo Bolsonaro
Procurado, Eduardo Bolsonaro disse que o PT entrou com a representação para
"salvar a pele" de Jean Wyllys. "O principal propósito de eu estar respondendo no
Conselho de Ética é para ter aliviado o processo do Jean Wyllys que estava
caminhando para uma suspensão", afirmou o deputado.
"salvar a pele" de Jean Wyllys. "O principal propósito de eu estar respondendo no
Conselho de Ética é para ter aliviado o processo do Jean Wyllys que estava
caminhando para uma suspensão", afirmou o deputado.
"Se eu quiser cuspir em alguém aqui, acredito que, se forem justos no Conselho de Ética,
o máximo que vai acontecer comigo é tomar uma advertência. No meu caso, eu não estou
nem um pouco me preocupando", completou.
o máximo que vai acontecer comigo é tomar uma advertência. No meu caso, eu não estou
nem um pouco me preocupando", completou.
Questionado sobre o vídeo, Eduardo Bolsonaro negou envolvimento. "Eles usaram isso daí para
dizer que houve uma montagem, uma adulteração do vídeo e, ainda pior, tacam na minha conta.
Eles não querem justiça, querem apenas o desgaste político, é o jogo baixo que a gente está
acostumado a lidar dentro dessa Casa", defendeu-se.
dizer que houve uma montagem, uma adulteração do vídeo e, ainda pior, tacam na minha conta.
Eles não querem justiça, querem apenas o desgaste político, é o jogo baixo que a gente está
acostumado a lidar dentro dessa Casa", defendeu-se.
Jean Wyllys
Procurado pelo G1, Jean Wyllys afirmou que "o que o Conselho de Ética decidir, está decidido".
"Eu vou acatar o que o conselho decidir. Não vou acompanhar esse processo.
Não tenho nenhuma expectativa nem particularmente desejo que ele seja punido por isso.
Acho que o pai dele fez coisa muito pior aqui nessa Casa. Feriu o decoro com muito mais
clareza", afirmou.
"Eu vou acatar o que o conselho decidir. Não vou acompanhar esse processo.
Não tenho nenhuma expectativa nem particularmente desejo que ele seja punido por isso.
Acho que o pai dele fez coisa muito pior aqui nessa Casa. Feriu o decoro com muito mais
clareza", afirmou.
Sobre o vídeo, o deputado acrescentou: "Se ficar provado que foi ele quem fraudou esse vídeo,
eu acho que o Conselho de Ética deve puni-lo. É grave quando um deputado pega um documento
público e frauda dessa maneira para prejudicar o outro."
eu acho que o Conselho de Ética deve puni-lo. É grave quando um deputado pega um documento
público e frauda dessa maneira para prejudicar o outro."
O episódio do cuspe
Em abril do ano passado, na sessão da Câmara destinada a analisar a admissibilidade do
processo de impeachment de Dilma Rousseff, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)
cuspiu em Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pai de Eduardo Bolsonaro, logo após votar contra o
processo.
processo de impeachment de Dilma Rousseff, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)
cuspiu em Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pai de Eduardo Bolsonaro, logo após votar contra o
processo.
À época, Wyllys disse ter sido xingado por Jair Bolsonaro. Segundo a representação do PT,
em seguida, Eduardo Bolsonaro revidou e também cuspiu em Jean Wyllys.
em seguida, Eduardo Bolsonaro revidou e também cuspiu em Jean Wyllys.
Em razão desse episódio, o Conselho de Ética aprovou advertência a Jean Wyllys que,
ao comentar a decisão, disse que cuspiria de novo em Jair Bolsonaro.
ao comentar a decisão, disse que cuspiria de novo em Jair Bolsonaro.
Vídeo na internet
No outro processo aberto, o PT afirma na representação contra Eduardo Bolsonaro que o deputado
editou e publicou um vídeo na internet com
informações distorcidas sobre o que ocorreu no plenário da Câmara
no episódio do cuspe.
editou e publicou um vídeo na internet com
informações distorcidas sobre o que ocorreu no plenário da Câmara
no episódio do cuspe.
No ano passado, circularam nas redes sociais imagens de uma conversa entre
Jean Wyllys e o colega de partido Chico Alencar (PSOL-RJ).
Jean Wyllys e o colega de partido Chico Alencar (PSOL-RJ).
Uma legenda, incluída nesse vídeo, mostra a seguinte mensagem, atribuída a Jean Wyllys:
"Eu vou cuspir na cara do Bolsonaro, Chico".
"Eu vou cuspir na cara do Bolsonaro, Chico".
Além disso, há uma narração nesse vídeo segundo a qual a gravação ocorreu momentos
antes do cuspe. Perícia da Polícia Civil do Distrito Federal, porém, apontou
que o vídeo foi feito depois e que, na verdade, Jean disse: "Eu cuspi na cara do Bolsonaro, Chico".
antes do cuspe. Perícia da Polícia Civil do Distrito Federal, porém, apontou
que o vídeo foi feito depois e que, na verdade, Jean disse: "Eu cuspi na cara do Bolsonaro, Chico".
fonte.G1